No dia 20 de novembro foi celebrado o Dia da Nacional da Consciência Negra, possível data da morte de Zumbi dos Palmares. A cada ano vem crescendo o número de celebrações pelo país, e em Teresina não é diferente. Um desses eventos que ocorre em nossa capital é o Festival da Beleza Negra da Santa Maria da Codipi, que neste ano chega em sua 16ª edição, com uma programação diversificada e politizada. Música, grafite, dança, desfiles e discussões sobre negritude marcam o evento, que acontece no dia 24 (sábado) na Praça da Santa Maria da Codipi, com o tema “A contribuição afro na construção do Brasil”.
O festival surgiu da iniciativa de um missionário que chegou na Santa Maria da Codipi no início dos anos 2000, como conta o professor Fleibert Rodrigues, que durante muitos anos ajudou a organizar o evento. “Foi idealizado pelo irmão Bento, um missionário que desenvolvia um trabalho na comunidade Ele participava do movimento negro e quando veio para a Santa Maria deu essa ideia de realizar o evento na semana da consciência negra, e deu também a ideia do nome. Começou com o grupo da igreja, mas a galera não absorveu muito a ideia, então, nas andanças pela comunidade ele conheceu outras pessoas, foi aí que eu comecei a me envolver, eu fazia parte do coletivo Sociedade Organizada Santa Maria da Codipi, que já desenvolvia algumas atividades culturais, e veio o convite para a gente se juntar e realizar a semana da consciência negra”, relembra.
Fleibert explica que a partir das reuniões do festival, surgiu Grupo Raças, que assumiu a organização do festival e desenvolveu diversas ações na Santa Maria até 2016, quando se desfez, e o grupo de rap Reação do Gueto assumiu a responsabilidade. “Com o passar dos anos vimos a necessidade de nos organizarmos enquanto grupo, começamos a nos reunir com mais frequência e a realizar não só o festival, mas outros eventos com o mesmo propósito, sempre usando as expressões artísticas como ferramenta de luta”, afirma.
O grupo Reação do Gueto surgiu no próprio contexto do Festival da Beleza Negra. Dorneles França, o Nêgo Doka da Família RG, ressalta a importância do evento para o povo da Santa Maria da Codipi. “Já é tradição, a comunidade saca e fica esperando. Como é um evento afro, que não rola direto, a galera fica na expectativa e interage”, coloca.
Nêgo Doka informa como vai ser a programação, que vai se dividir em dois momentos, o de discussão e o cultural. “O debate começa às 14h em uma creche localizada em frente a praça, é uma discussão sobre o tema, com três pessoas facilitando e a comunidade interagindo. “A noite, vamos ter o grupo Ijexá, o grupo de breaking Conexão Zona Rap, o tambor de crioula Mangacrioula, Reação do Gueto, além de uma apresentação de um grupo de idosos. Também teremos os desfiles, nas categorias, infanto juvenil, adulto e terceira idade”, detalha o artista.
Créditos: EntreCultura
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