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Cronicando o Piauí: Caçando o que “fazê”

Estava de bobeira. À toa. Vou à Piçarra comprar uns pregos, uns parafusos com as buchas e uns cinco ou seis metros de cabim. Aproveito e levo minha machadinha para o filho do seu Pedro amolar no esmerio. Enquanto ele amolar, vou ao chaveiro reproduzir duas chaves: uma do portão e outra da porta da frente da casa. Já está com duas ou três vezes que saiu com a galera, e tenho que pular o muro e a janela. Esqueço o molho de chave no carro de um deles. Estas deixarei num lugar estratégico para não ter que pular o muro bêbado novamente. Na última vez, o I. e o M. fizeram sapatinho para eu subir e pular. Estávamos toldados. Barrentos feito água de cacimba.

“Neto, primeiro bota a quentinha da mão-de-vaca em cima do muro!” (É o rango da Filó e da Peteca: saí cedo para boemia e não posso me dar ao luxo de esquê-las). Uma, duas, três, já!!! Na quarta tentativa deu certo. Ufa!
Amanheço todo ralado. Espero as chaves e o chaveiro vai discorrendo, com um amigo seu, os preços absurdos das peças da bicicleta. Agradeço, pago e saiu para pegar a machadinha. Pago e ponho tudo dentro da mochila. Monto em meu cavalo-de-aço e parto rumo à rua México. De longe avisto um carro parado na porta: I. e M.
“Bora tomar uma!?”

Jogo as compras de qualquer jeito no chão da sala. Quando vamos saindo, chega o A. Se tivéssemos combinado, não teria dado tão certo! Deixamos um carro. Na havia necessidade de dois carros. Até então, éramos quatro boêmios. Quatro mosqueteiros. Seguimos sem destino. “Vamos a algum boteco onde tenha aquela box músic, Netão!” Beleza. Aterrissamos no bar da bendita Eva (a mulher da maçã). Compramos 20,00 reais de música. Cada uma no valor de 0,50 centavos. São quarenta. Desce cerveja, feijoada, panelada e muita conversa. Ninguém se entende. Um celular toca.

“É o A1.! Tá vindo com o E.!” Fomos ao Restaurante Terraço. Ficamos na área aberta, pois lá é alto. O vento corria frouxo. Chega o Mo. e o Ma1. Embaixo da mesa está empolado de casco. O A1. e o E. se despedem, pois ainda vão voltar ao trampo. Mais tarde, outra revoada: o A., Mo. e o Ma1. Chega o F. Descemos para o bar da Es. Lá, haviam duas bancas. Éramos quatro homens. Na outra, um e duas. Mas, pelo que pude perceber, pareciam mais amigos do que qualquer outra coisa. A L. começa flertar com o M. Ou vice-versa. “Netão, quem é a Loura?” Chamo a Es. e me dou ao papel de alcoviteiro. O que um amigo não faz por outro.

Es. o meu amigo está querendo conhecer a Loura!

Pede um pouco de calma e vai até a mesa dela. Sorrateiramente encosta os lábios no ouvido da outra. Ela olha para nossa mesa e abre um sorriso. Deu certo! A Es. retorna e acena com o dedo dizendo que tá tudo certo. O M. bota um bolero na caixa de música e a convida para dançar. Saem deslizando, flutuando pelo salão. Alguém se atreve, se empolga e grita: “Vai dar amor!”

Dançaram várias músicas. Beijaram-se. Sorriram e beberam agarrados a noite inteira. O I. foi embora. O F. já parceiro da Es. de outros carnavais ficaram juntos. A minha, era madura, por volta 4.0, era pequeninhinha, miúda, simpática e linda. Parecia uma bonequinha… homens sem mulheres, são feito rosa sem abelha.
Terminamos aquela noite em pleno carnaval.

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