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Cronicando o Piauí: Carimbando papel

Ontem, fui com minha cunhada fazer a vistoria do carro, para transferir para o meu nome. Ela não encontrou o Recibo de Compra e Venda(DUT), mas consegui fazer a vistoria, somente, com o Inventário. Quando chegamos ao Balcão de Atendimento, para solicitar a emissão do documento, em nome dela, não foi possivel, pois teríamos que apresentar o DUT. O mesmo é de apresentação obrigatória para conclusão do processo. No entanto, o mesmo havia sido extraviado. Escafedeu-se. Sumiu.

Fomos orientados, pelo Setor de Protocolo, a irmos à Polinter para fazer o registro de um B.O.(Boletim de Ocorrência). Pois, somente assim, conseguiríamos dar entrada no processo. Fiz, a ela, a seguinte sugestão:

– Vá pra casa e procure, com calma, nos seus alfarrábios! Pode ser que você o encontre!

Saímos, agora, pela manhã, para registrar o B.O. Chegando à Polinter, no Dirceu, encontramos um amigo de um sobrinho da Maria José. Nos atendeu com toda cortesia e boa vontade. Um gentleman. Mesmo, com toda sua disponibilidade, a burocracia imperra e impera. Pagamos mais uma taxa no valor $-19,00 reais para fazer uma nova vistoria(já havíamos pago uma de $-19,00 e uma de $-150,00). Parecem ser governo e estado alheios. Um documento emitido em um órgão não vigora no outro. A vistoria que havíamos feito ontem, não tinha valor para Polinter hoje. Procedemos como manda o figurino.

Recebemos o “bendito” documento de registro de perda. Voltamos ao Detran… Fomos ao Balcão de Atendimento, que nos encaminhou para o atendimento nos guichês de emissão de documentos. Sempre pegando senhas e filas. Pegamos a de número D31. Não demorou muito, fomos chamados. A atendente revirou o Inventário para um lado, para o outro. E por fim, pediu auxílio a uma colega.
Mandaram-nos, novamente, ao Protocolo. Chegando lá, encontramos uma fila enorme, o que já é de praxe no setor público, num cubículo e num calor infernal. Sugeri:

– Vamos ao Detran do Shopping Poti! Lá, pelo menos, tem cadeira para sentarmos e ar-condicionado!

Subimos ao andar “L4” e fomos ao Espaço Cidadão(Espaço este, que custa uma “bola” aos cofres públicos – mas, deixemos este quesito em “off”). Vamos ao que nos interessa.
Pegamos uma senha prioritária de número DO59. Caímos nas mãos do funcionário O. Gente finíssima. O que é raro, muito raro, raríssimo, no Serviço Público.
Manipulou os documentos e, sôfrego, pediu socorro a uma colega. Orientou-lhe com presteza e solicitude.
Emitiu uma outra taxa no valor de $ – 19,00. Mandou-nos para o balcão para pega uma senha para pagar no Pague Contas. Pegamos a de número M121. Havia uns 20(vinte) contribuintes à nossa frente. Pagamos e voltamos.

– Agora, aguardem de 20 a 30min. para o sistema processar! Sentem ali, naquelas cadeiras!

Fiquei no viço(Face, Instagram e Whatsapp), enquanto ela ligava para casa para organizar quem ia pegar o Arthur no colégio e o Adriano na Assembleia Legislativa.
Completado o tempo de espera, fomos ao guichê do O. Sorridente nos acolheu novamente.

– Agora, pegue o carro e traga para o estacionamento do andar “L4”, para fazer a vistoria com o W. Já são três vistorias.
Pego o elevador e desço até o andar “L1”, pego o carro e subo… O W. já estava aguardando. Abro o capô, afasto o banco do carona para frente e ligo a lanterna do celular. Fico auxiliando.

– Me acompanhe, por favor!

Recebo e entrego o Laudo de Vistoria ao O., aí, ele entra no sistema.

– Têm duas multas em aberto! Devem ser quitadas!

Balcão, senha M69, guichê “3”… retornamos e recebemos o DUT, até que enfim.
Almoçamos no Restaurante Mistura Nordestina e degustei uma Heineken e a Maria José foi de água mineral… Descemos, pegamos a Barão de Castelo Branco, a Frei Serafim e a deixei no Hospital Lineu Araújo…
Enfim, a caminho de casa. Meus pés estão em frangalhos dentro do sapato quente.

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