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Cronicando o Piauí: Causos do dia-a-dia

Caramba! Estou dormindo às 18h e acordando às 23h. Aí faço uma trilha esquisita. Um sofrimento sofisticado. Hoje, quinta-feira, The Voice, Conversa com Pedro Bial, Jornal da Noite, Corujão e etc. Não necessariamente nesta sequência. Vou ao banheiro verter água, vou à cozinha bebê um pouco de água e aproveito para dá uma olhadela na Filó(geralmente ela fica deitadinha ao pé do portão). Dou uma espiadela no céu. Já não há mais vida pujante na pracinha. A galera do futsal escafedeu-se.

Ouço o latido do Rabo-de-rola(cachorro da minha vizinha Raimunda. Sempre compro doce de leite, coalhada e queijo na banca dela no Mercado Público da Piçarra). Ponho a Filó para dentro. Retorno à minha rede que me conhece a fundo. Faço uns aconchegos na Peteca. Começa o jornal com uma tabela do quadro da violência nos estados no Brasil. Desligo-me, deixando a TV ligada, e passo a vista pelo celular: Whatsapp, Facebook e Instagram. Começo a divagar pelo o meu cotidiano. O Marquim colocou a banca de Jogo do Bicho, sonho antigo, e está feliz. Hoje, joguei 5,00 reais, na vaca/59 e no jacaré/98. A placa da minha moto.

Não deu nada. O importante é a força dada ao amigo que está só começando a sua nova empreitada. Na propaganda da tv, o Hipermercado Extra, vai anunciando as promoções do Dia dos Pais. O quadro Jornada da Vida, do Fantástico, no domingo, será sobre a China. “A Operação Lava Jato recupera 1bi!” Anuncia a manchete, o repórter, enquanto chama os comerciais. “Roda, roda, roda e avisa, um minuto de comercial!” (Chacrinha). Faço uma ligeira lista mental das prioridades de hoje, pois na tela do celular, marca 00h e 20min. Hoje, no Bial, o piloto, agora aposentado da Fórmula 1, Felipe Massa.

“Com Donald Trump, o Programa Star War, dos EUA, agora tem orçamento próprio e status de ministério”. Entra realmente em vigor, o Programa de defesa do espaço aéreo daquele país. Fico contando carneirinhos, mas a insônia não se curva. Sou órfão de sonhos e filho da insônia. Ouço a pancada da manga que despenca do pé e se arrebenta no telhado da casinha dos cachorros. Resolvi nomeá-la de Condomínio Aldebaram dos Cães. Vou à geladeira, como um pouco de doce de leite e bebo um copo d’água bem gelada. O papai dizia que o melhor do doce é a água. De olhos, bem arregalados, venci o The Voice, o jornal e está começando o Bial. O Massa começa falando da rotina exaustiva de um piloto de Fórmula 1, e do abandono, que acaba acontecendo com a família. Fala da convivência que se amiudou com o cotidiano do filho depois de aposentado.

Participando da educação do menino, mais de perto. Resolvo comer mais um pouco de doce com pão massa-fina e suco de maracujá. Começo a apelar… mas a insônia não se redime. É renitente. Jogo umas migalhas de pão pros cães e… Abro a porta da cozinha e dou uma olhada na barra do dia: tá longe. Nem sinal. Retorno ao casulo. O Felipe vai falando das tristezas da carreira. O que não é privilégio dele. Todos nós temos as nossas decepções. Seja na profissão, na convivência diária, no amor e etc. Fico pensando que a comida que comprei pra Raissinha, não estava legal. “Não, painho, estava ótima!” Da outra vez, que vc vier tosa a Peteca, vou comprar seu suco e seu rango, no Júnior Pradela. Ela e a irmã gostam da gastronomia dele.

Empurro o pé na parede para balançar a rede e garimpar o sono. A Filó e a Peteca dormem o sono dos justos. Inveja-me esse pecúlio. Balanço uma, duas, três vezes tentando enamorar o sono e arrastar a insônia, pelos cabelos, para baixo do tapete. A mesma insiste em não se render. Fito o filme Flash na tela e tento desligar-me da peleja, para vê se ele vem.

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