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Cronicando o Piauí: Causos

Acordei com o Dedezim batendo à porta.
– Já vai!!!
Eram 6h da manhã. Entrou, conversamos e ele foi para Casa de Custódia tirar o seu plantão. Como já havia despertado, fui joga uma água na moto, pois estava extremamente empoeirada. Banhei, rezei o Ofício de Nossa Senhora e fui ao Centro sacar uma grana, que minha irmã havia depositado.

Saiu da agência da Caixa da praça Rio Branco e vou à da Areolino de Abreu. Pois aquela estava entupida de gente. Tinha “nego” saindo pelo ladrão. De lá, dirijo-me ao Armazém Paraíba. Quando vou adentrando a loja, o celular toca. Era a Antonié, minha cunhada, querendo saber se eu poderia doar sangue para a mãezinha dela, que vai se operar do joelho, amanhã. Confirmei a ida ao Hemopi, quando terminasse meus afazeres, desceria direto para lá.

Sou abordado pelo vendedor Felipe, por sinal, muito simpático. Pergunta quais peças seriam do meu interesse: camisa, calção, bermuda, calça, tênis, sapato… Ele traz algumas peças, das quais, eu havia solicitado. Vou ao provador e escolho 4(quatro) peças. Peço-lhe o desconto, pois o pagamento era avista. Oferta-me 5%. Tá ótimo. Ruim é nada. Agradeço o atendimento elogiando-o. Vou aos Caixas e efetuo o pagamento. Vou ao Balcão de Entregas. Cumprimento as embaladoras, que estavam muito sorridentes. Espevitadas. Depois de conferida a Nota Fiscal, recebo meu pacote, ponho dentro mochila, saiu para pegar a moto e rumar rumo ao Hemopi.

Para cumprir o prometido. Promessa é dívida.
Na entrada, encontro a Rosângela, esposa do Bibis, dono do comércio Pena Branca, em frente à Igreja Batista, na esquina da Av. Abdias Neves com a Barão de Castelo Branco.
– O que você deseja, meu filho!
Estava toda de jaleco e com um sorriso espontâneo sobre os lábios.
– Vim doar sangue para dona Maria, mãe do Toca!
Neste ínterim, entra uma senhora e solicita-lhe uma informação. Sai agradecem e puxando a filha pelo braço, com a outra mão cheia de sacolas de exame.
– Neto, entre naquela outra porta ali e vai ao atendimento, que eu estou chegando lá!

Encontro no atendimento, uma velha amiga da Tânia, mas eu não recordava o nome dela. Fiquei titubeando entre “tudo bem!”, “como vai!”… mas não arrisquei dizer a sua graça. Entrega-me uma senha “D722” e aponta para um corredor por onde devo segui. Não demorou muito o visou editor minha vez e buzinou.
A moça, sem olhar para mim, perguntou meu nome completo e solicitou minha carteira de identidade ou minha CNH. Quando digitou meu nome surgiu na tela do PC, meu cadastro.

-Ah, o senhor já é cadastrado como doador de sangue e de medula!?
Confirmou meus dados: pai, mãe, telefone e endereço. Confirmei que está tudo atualizado. Ela imprimiu um questionário e me encaminhou para uma sala à direta do correndo, na segunda porta. Já haviam seis pessoas a espera de atendimento. Lá, pelas tantas, chega a minha vez.
– Antônio Ribeiro de Sampaio Neto!?
– Sim!
– Altura e peso?

Furou o meu dedo, introduziu numa maquininha. Dessas digitais. Hoje, em tudo se encontra a “senhora” tecnologia. E deu “Ok”.

– Agora, vá esperar, sentado, na porta da sala ao lado, que o médico vai lhe fazer algumas perguntas!
Os seis de lá, agora, estavam cá. Todos no celular. Optei por ficar interagindo com movimento do ambiente. Foi-se um, dois, três…
– Senhor, Antônio Ribeiro…!
– Com licença, doutor!
– Fique à vontade! Você já foi operado?
– Não!
– Já pegou doença venérea?
– Não!
-Toma algum tipo de remédio?
– Não!
– Usa drogas?
– Só cachaça!
– Para doar, tem que está a pelo menos 12h sem ingestão de álcool!
– Tranquilo, doutor!

Fui enviado para antissala da sala de colheta. Lotada. Os seis que vinham à testa e mais uma penca de doadores. Depois de algum tempo, fui chamado ao balcão para entregar o questionário e a minha CNH.

– Poode sentar, e esperar ser chamado:

Tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac…

Depois, de horas de espera, senti-me pusilânime. Mas a causa valia à pena. Era nobre.
Doei. Depois, deitei-me numa cadeira preguiçosa, para ser verificada a minha recuperação.
Recebi o Comprovante de Doador Voluntário, a Declaração de Doação para ser entregue no HTI e um vale para receber um lanche na saída.

Recebi uma caixinha de suco de maracujá Maratá e um salgado deliciosos. Não sei se era a fome que estava grande. O papai dizia que o tempero da comida é a fome. Lanchei, agradeci à senhora, que havia me servido, com toda delicadeza, e vim agradecendo a Deus, que apesar deste Sol inclemente, estava podendo viver o cotidiano da minha Teresina, que tanto a amo.

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