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Cronicando o Piauí: Certos pensamentos

Já que o sono foi-se, sumiu, escafedeu-se: (O riso não veio, o ‘sono’ não veio, não veio utopia e tudo acabou – “José”, Drummond), fui tirar as roupas que estavam na máquina e lavar outras. As que estavam acumuladas, bolando pelas cadeiras a algum tempo, dobrei e guardei no guarda-roupa. Antes, aproveitei e dei uma organização no mesmo que estava de cabeça para baixo. Uma catástrofe. Uma bagunça itinerante. Um tsunami em algodão e em tecido sintético. Separei uns livros para lê-los durante a semana. O bem-te-vi já acordou!

Liguei a televisão e fui jogar uma água na moto. Como estava disposto e tinha todo tempo do mundo. Aproveitei e lavei, também, o carro. Lavei as louças. Passei café. Cortei as mangas em fatias para passar no liquidificador e preparar um suco. Catei os limões. Todo dia, pela manhã, tomo um copo com água natural e um limão em jejum!
A “Internet” disse que é um ótimo unguento para muitas moléstias. Preventivo, porém, curativo. Acendo a luz do quintal e vou ciscá-lo. A Peteca e a Filó ficam deitadas na calçada de prontidão fiscalizando-me. Nem piscam. Chegam às jandaias… A barra do dia começa surgir no horizonte… passa uma revoada de urubus anunciando a aurora. Que chegue a alvorada.

Na televisão, não tem outra manchete, a não ser corrupção, corrupção e corrupção. Cansa! Cansa qualquer beleza. O país está em frangalhos. Arquejando. Ofegante. Soluçando. A população já não suporta tanta violência. Tanto descaso. Ontem, aqui no Cristo Rei, mataram um assaltante de 19(dezenove) anos e deixaram um de 15(quinze) todo quebrado. Na Vila da Paz(quanta ironia), mataram outro de 19(dezenove) anos e outro, debaixo da ponte do Dirceu, de 22(vinte e dois). Só na sexta-feira. Num espaço de tempo de 24h. Tá brincadeira, Mano!

Agora, a repórter, fala do afastamento do jogador Guerreiro do Internacional. De origem peruana. Sai do noticiário do saque aos cofres públicos e vai direto ao pão e circo.
As emissoras fazem mais ou menos assim, com a pauta: corrupção, futebol, estupro, atividades alternativas, feminicídio, desemprego, violência… vão intercalando entre o “bem” e o mal. É o famoso: bate e assopra. Afasto-me dos emissores do mal e atenho-me às minhas tarefas domésticas.

Colho as mangas. Ponho-as na pia e lavo. Separo alguma coisa de Literatura para amaciar e temperar o meu sábado com sabor de Pessoa. Hoje, tô com vontade de ficar em casa. Morgando. Hibernando. De bobeira. De zueira. No ostracismo. Na boa… Será se a galera vai deixar? Um cotidiano bem cotidiano. Destes dias de afazeres mais pebas. Daqueles que não vão mudar o mundo em nada. Sem pretensão. Só para cumpri tabela!

Tomo minha água de limão em jejum. Demoro-me lendo: “José”, de Drummond. Como duas fatias de mamão, algumas de manga, uma de melão e como três pães massa-grossa com ovo de granja turbinado de hormônios, e café preto. Estico a rede na sala e vou assisti o Chaves. Gosto do seu Madruga, apesar das suas picaretagens. Vou desintoxicando meu corpo, mente e alma com uma enxurrada de risos. Essas idiotices do Chaves, com o Quico e a Chiquinha são demais.

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