O bosque em folha, galho, flor, fruto, céu, córrego e pássaro fica ao lado. O riacho a deslizar em deleite desce escorregando por debaixo da passarela em madeira de rei. Em tons de brincadeira os pássaros e as aves brejeiros vão em voos rasantes plantando a conquista. O céu limita e prolonga ao mesmo tempo minha janela e meus dias. O vento passa raspando a soleira da porta da cozinha. Límpida e cristalina segue a lida.
Numa paisagem concreta vejo o capim, o tronco do caboré, o água-pé boiando, o homem, a chuva, a enxada…
As flores vão colorindo, detalhando e alegrando o espelho da natureza que vai borrando minha lente. No abstrato fico a imaginar o peixe, o cágado, a arraia no mundo aquático. Ficam a transitar em meus pensamentos.
O murmurar que surge desta orquestra ecológica me põe para dormir. Pela manhã, logo cedinho, vejo o sol raiar. Vivo a degustar este magnífico cenário em cenas rurais e panorâmica. As vezes anima a alma, noutras me deixa melancólico.
Mas vivo a inspirar, fotografar, respirar e ruminar este magnífico espetáculo.