Primeiramente, persegues o teu primeiro milhão. Aí, entras numa ciranda constante, incansável e lunática. Num estado febril e insano. Fecha-se num idílio pecuniário.
A roda da fortuna e do tempo saem engolindo os dias. As horas levam os sonhos. Os minutos abarcam os sapatos. Os “lobos” vigiam os segundos. O momento e o instante consomem o espectro.
Terminas cravado num sorriso plástico, numa fotografia artificial e desbotada pelo sol, na lápide seca de um mármore frio na cova funda de um cemitério solitário.
O relógio, financiado pela ilusão, sorrateiramente, caminha, enferrujando o esqueleto e a dor, dança no peito, envergando o orgulho.
Os desejos são mapeados pela escravidão do “niquel”. As horas, com os olhos de uma fera, vão embotando a lida. Uma régua cega.
Precisamos, sim, de barco e de vela que nos levem pro alto (a)mar. De leme e de sol que nos façam delirar. Precisamos, o mais breve possível, desligar os relógios e deixar o vento leve nos levar.
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