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Cronicando o Piauí: Conquistando a vida

Conquistar a vida: é a deixa do momento.

Meus passos sem condolento e sem indulgente. Meus velhos sapatos, que já não são mais tão ranzinzas e agora sem expediente, que os diga. Sou tão exímio, quanto ao ourives no seu modo peculiar de esmiuçar o infinito, através da sua lupa louca e monocrática. Não escolho mais andar somente pela relva da sombra, mas, no ar, na água e no fogo. O tempo agora é de ser… Usufruir da psiquê e descansar o soma. Quando saiu de mim para ver o mecanismo da engrenagem do engenho do mundo, faço uma viagem longa, tosca e louca. Estou saboreando outros delitos: afasto-me do álcool e volto ao espírito. Os detritos que oscilavam meu equilíbrio, eu os desfiz. Sou inflexão. Meus dias gasto-os à conta-gota. Passo pleno pela peneira e me refaço na areia fria e doce de uma consciência elegante e madura. Já não permito os insetos fardados sujos de sangue sugarem-me. O paraíso sou eu… Quem roda a saia do vento é a vela da jangada. Componho-me em cabeça, coração e sonhos.

Lá, pelas tantas, devo acender a lamparina!

Lá, pros lados da mata selvagem, vingativa e virgem, sinto paz e calma na alma. As casas simples vestem minha vida de humildade e me deixam nu. O chapéu de palha que desce a serra é minha flâmula e meu discurso. A alpargata conformada em sola e lida direciona o meu destino. Gosto de pôr os joelhos ao chão. Deixa-me mais forte e menos ego. A vaidade é vã, feroz e voraz. O nada me deixa descalço. A unidade do um, para mim, é tudo. Quantas estrelas estão me cortejando agora. O Sol, todos os dias, obriga-me a entrar em cena. Querendo ou não. Adoro as esperanças e os gafanhotos. Sou plateia de um público só.
Quando lembro das minhas peripécias, saiu sorrindo em plena rua, e passo por louco. Aí, passo a gargalhar. Sou o idiota de Dostoiévski. Sou o Dom Quixote de la Mancha de Cervantes. Sou a metamorfose de Kafik. Sou Hamlet de Goethe. Adoro viver e ser o Romeu de minha Julieta. Estou com saudades da minha Fiona. Sou um Ogro eternamente apaixonado.

Sou Shrek!!!

Vou resgatar da torre a minha Rapunzel. Vou pô-la no meu cavalo alazão e levá-la pro meu castelo.
Há dias que sou o jogador de Dostoiévski e o jovem sofredor de Goethe. Noutros sou Wallace de Coração Valente. Às vezes, me vejo como Lancelot: O Cavaleiro da Távola Redonda.

À cada dia, uma personagem.

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