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Cronicando o Piauí: Por você

Toda vez que me faço ser, você finge não me ver!

Vou com as madrepérolas ao cemitério visitar a capela. Ontem, enchi a cara à beira do rio com o mandi e o surubim. Só porque aborto os dias passados, você me chama de cafajeste e safado. Só porque uso a camisa do lado virado, você diz que não tenho classe nem tato.

Toda vez que me faço viver, você teima em morrer!

Só porque estou construindo um foguete no imaginário coletivo pessoal para ir à lua, sou um sonhador vivendo na margem esquerda da rua um dia banal. Agora, só porque gosto de dançar na roça e voar de carroça, você insiste em me fazer de troça. Ontem, fiz serenata com os grilos, há nisso algum perigo encardido? Às vezes, para molhar a chuva, eu choro. A minha calça é pega-marreca, por isso todos manga de mim: mas eu sou tão feliz! O meu tênis passa três dedos a mais dos meus pés: é para poder durar três anos.

Toda vez que tento me revelar, você desliga o flas do celular!

Hoje, eu saí tocando meu pneu de bicicleta seco com um pedacinho de madeira pela cidade: tendo o sol como as luzes da ribalta. Ontem, passei foi horas comendo manga-de-vez à companhia do jacaré à beira da lagoa: o marreco tanto grasnava quanto dançava. Hoje corri em volta da pracinha com meu amigo sapo cururu: ele é exímio em salto alto. Meus pensamentos em comunhão, hoje, flutuaram em bolinhas de sabão.

Quando crescer, quero ser o Professor Pardal: assim, irei inventar pessoas e mundos à toa!

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