Ícone do site 100% PIAUÍ

Cronicando o Piauí: Relatos da Juventude

Vi o meu pai conviver com minha mãe por cinquenta anos, e o amor nunca emudeceu nem arrefeceu-se. Muito pelo contrário. Às vezes, à noite, ele passava horas e horas, cantando Orlando Silva pra ela dormir. Hoje, os casamentos são tão efêmeros e frágeis, que não dar tempo de se consumir um pacote de sal juntos. Como diz o “Dedezim, meu irmão.

Na minha juventude, paquerávamos as meninas e não havia esse tal de assédio moral nem esse tal de assédio sexual. Do jeito que a coisa vai, estou vendo, que daqui uns dias, vai ser crime se ser heterossexual. Agora, tudo acaba em B.O. Quando acaba o dinheiro do shopping, chega a separação. Vejo que estou ultrapassado para este “amor” moderno, ou pós-moderno, ou pós-contemporâneo. Por isso, vou ficando só e sozinho. Um dia vc jura à pessoa que vc a ama, no outro, está com ela à porta da delegacia. Estou fora!

Meu amor é altamente sofisticado, protetor, cordial, enamorado, companheiro, cúmplice, para que eu o jogue na lata do lixo. Ou na sarjeta. Ou no gueto. Ou na latrina. Jamais um estado, de homens hipócritas, entrará na minha casa, no meu lar, para dizer-me como devo amar. Como sei que não tenho o dom, de receber de Deus, uma “Lourdinha”, como meu pai recebeu, vou saindo à francesa. Minha casa é um lar. Não uma instituição jurídica. Nem um balcão de negociatas para se saber quem vai pagar a conta. O amor deve ser parceiro, não interesseiro. Esta é a minha condição.

Sair da versão mobile