Ando calado. Travada. Vivendo lacrado. Num mundo enlatado. Ensacado. Não pretendo ter razão em nada. Muito menos ser dono da verdade. Quero mesmo é segui em paz. Sossegado. Não desejo me indispor com ninguém. Que cada um faça as suas escolhas. E no final se ajoelhe diante de Deus. O importante é caminhar sem aresta. Deixe Deus com os seus. Nada está fora do controle do Eterno. Se está aí, que viva.
“Se as cobras vivem é porque Deus permite/ Se a lepra existe é ordem soberana”
(poeta Domingos Fonseca).
Que o quê foi dito, seja cumprido. Que o mundo e a vida sigam em frente. Tentar entender o labirinto da vida é ser louco. Sigamos, simplesmente. Cumpramos o nosso papel da melhor forma possível. Que não haja discórdia. Que a angustia não vingue. Precisamos sonhar outros mundos. Novos tempos. Construir novos risos. Tecer outros sóis. Folgar as amarras. Abri as correntes.
“Quando entrar setembro/ E a Boa Nova andar nos campos” (Beto Guedes)
A solidão também alimenta. Este andar sozinho em meio à multidão também ensina. Passar algum tempo dando milho aos pombos no Largo da igreja é bom. O ócio edifica. Ficar quieto e não esboçar nem ato e nem argumento é libertação. Não carregar uma régua na mão. Não medir as pessoas. Que elas sigam suas consciências. É hora de olhar pro céu, pras estrelas, pra lua. Andar nas nuvens.
“O amor é como um raio/ Um passo pra uma armadilha” (Djavan).
Discussion about this post