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Cronicando o Piauí: Tempo, tempo, tempo…

O tempo me fez desapregar, desabrochar e força-me a caminhar. O caminho é que faz o caminhar. O passo é que faz o andar. O jeito vai tecendo o sabiá. O homem e a mulher em uma só carne vai torna.

Desprender-me de mim, é barra!

Fiquei para trás para poder continuar. Ultra-ultrapassado. Desapeguei-me de mim nos passos duros e tristes da jornada. Hoje, vai dando tudo certo, pois, do jeito que vier dá certo. Do jeito que é, é. Já não procuro por nada. Em nada. Desço o rio, para nunca mais subir. Sigo em curvas retas. Tô indo, como quem caminha para morte. Com uma diferença: ouvindo flores, colhendo pássaros, despertando orvalho, guiando açude… No canto da boca, levo um riso torto. Na cabeça, um ouvido leve e mouco. Aos espinhos, não lhes dou tanta importância. Apesar de adimirá-los e de ruminar suas lições a fundo. Agora, os dias são bons; as noites, magníficas. Contando que não demorem.

Gosto de está em minha rede!

O sal só faz sentido se tiver força e coragem. Caso contrário, será pisado… Como já não tenho necessidade de margear, deixo a vela correr pelo mar. No mar, ou prendo-me ao peixe a pescar(ilusão!), ou, relaxo, deito e deixo o horizonte ao espírito alimentar(vida!). Muito do que sou, já se encontra no sétimo dia. O meu colorido está no preto tinto. Ora, quem não espera o dia, não tem porque agradecer ao sol. Se não esperas a chuva, não haverá decepção se a planta não viçar. Passando por tolo, não preciso de acessórios, nem de títulos, nem de bijuterias… Que a pompa fique pros degraus. Os saltos altos, às passarelas.

Queria, agora, comer uma pizza!

O escarrar dos dias, liberta-me. O vapor dos sonhos, me faz tocar a terra. Se não há fome, não há necessidade de talheres. Se não há vida, não há vislumbrar.
Fui dosado em grafite: a borracha é meu martírio. O ponteiro vai no tic e tac; eu, às matracas. Quanto mais catracas enfrento, menos humano mais máquina. Ora, se o final é o abismo, para quê adestrar as asas? Quanto mais reflito, menos vivo. Quanto mais entendo, menos entendo. Quanto mais tosco, mais rústico, mais bruto, menos dor. Quanto mais lúcido, mais solidão. Quanto mais lunático, menos depressão.
Louco: diamantes lapidados…

Queria uma dose de cachaça e uma cajá!

Vou cumprindo tabela. Hoje, vou ao estádio, não pela vitória, mas para sorrir: desdenhar.

Queria um caldo-de-cana!

Agora, tanto faz. Só ficando sem envolver-me, basta. Os cenários são macabros, marcados, sinistros e ferrados. Basta-me não ser. Só ser-um-ser. Não interesso-me por nenhum camarim. Nem por personagem. Nem por máscara. Nem por salões. Nem por mandarim.

Deu saudades do Elpidio!
(Um “louco” de União)

Os dias são looongos… custam-me caro.

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