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Cronicando o Piauí: Teresina em tempo

Na década de 1970, pegava o ônibus da Empresa Manoel Ribeiro na avenida Odilon Araújo, passava em frente ao mercado velho da Piçarra, ao Cine Baganinha, pegava a Miguel Rosa até a Frei Serafim, na esquina do Edifício Chagas Rodrigues, descia até o Samu, fazia o balão por baixo da ponte, pegava novamente a Frei Serafim até a Igreja São Benedito, descia na 24 de Janeiro, a Coelho Rodrigues, passava em frente à praça João Luiz Ferreira, passava ao lado do prédio do INPS(INSS), em frente ao Cine Royal, à Joalharia Bela Aurora, às Casas Pernambucanas, ao lado da praça Rio Branco(ainda hoje tem a torre do relógio), em frente ao antigo Museu, ao lado do prédio da Receita Federal, em frente à Escola Maria de Lourdes do Rêgo Monteiro e descia ao lado da praça da Bandeira até a Parada Final onde hoje fica o Shopping da Cidade.

Descia e pegava a Areolino de Abreu a pé, que fica do outro lado praça onde fica o Mercado Central. Naquela época ali era cheio de camelôs. Trago na memória um senhor que vendia panaceia e estava sempre acompanhado de uma cobra jiboia. Anunciava a Banha de Cobra e lascava o pau a dizer quais as enfermidades que ela curava. Eram umas duzentas. Tentava decorar mas não conseguia. Parecia uma metralhadora. Batia com uma vareta na mala de madeira da cobra, tudo bem orquestrado, as batidas na mala com as doenças.
Outro trazia sempre três tampinhas com uma bolinha. Botava a bolinha debaixo de uma das tampas e embaralhava.

Quando não eram as tampas, era um cinturão enrolado. Deixava duas fendas, dois buracos, duas opções, quando desenrolava o cinturão, numa fenda o palito ficava preso ao cinto, na outra, não. Tinha um cara que sempre ganhava. Ficava impressionado. Tanto nas tampas quanto no cinto. Depois, o papai, que era policial, me disse: “Meu filho, é tudo combinado!” Sempre me alertava: “Não pare pra ver nada por ali! Ali tá cheio de lanceiro!” Trocando em miúdos: ladrão. Dobrava na esquina do Tribunal de Justiça onde hoje é o Museu. Na outra esquina era o Supermercado São Gonçalo onde hoje é a Matriz da Igreja Universal. Que fica quina com o, ainda hoje, Luxor Hotel. Que fica lado a lado com a Igreja do Amparo.

Pegava a rua Firmino Pires, passava pelos vendedores de pássaros que ficavam na calçada do Tribunal, embaixo do pé de oiti. Passava em frente as lojas de pássaros, de gaiolas, de ração… do seu Zé Raimundo(in memória) e do seu Antonio(in memória), pais dos meus amigos: Zé Francisco(in memória) e o Antonio Filho, respectivamente. Chegava à Lanchonete Ponto Frio, da mamãe, meu destino final. Quase em frente ficava o Restaurante Ponto Frio, também dela. Quem tomava de conta era o Chico(in memória), meu irmão.
Eu gostava mesmo era de comer as comidinhas deliciosas da dona Maria, cozinheira do restaurante. O assado-de-panela, a língua, a panelada… com muita cebola e tomate acompanhada de uma ou duas Fanta Uva bem gelada.

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