O mundo junino começa a se movimenta, antes mesmo das esperadas festas de Carnaval. Apesar dos eventos acontecerem somente em Junho, os orgaizadores da Federação de Quadrilhas Juninas do Estado do Piauí (FEPIQ) definiram quando será realizado o
10º Festival Estadual de Quadrilhas Juninas. O evento acontece de 20 e 23 de junho, no Theresina Hall.
O presidente da Federação Piauiense de Quadrilhas Juninas, Pedro D’Almeida Lacarter, o Festival Quadrinhas é o momento mais esperado pelos quadrilheiros durante o mês de junho. O evento, além de manter viva a tradição, seleciona as quadrilhas piauienses que vão representar o estado em outros festivais. Grupos de todo o estado participam e disputam as vagas.
“Para essa décima edição, com essa parceria com o sistema ODIA e a RedeTV, nosso objetivo é, além do concurso, manter a tradição das quadrilhas, que é a maior manifestação cultural do Estado do Piauí.
A quadrilha campeã e a vice-campeã do festival irá disputar eventos nacionais. Será uma vaga para o Nordestão, o maior concurso de quadrilha do Nordeste e outra vaga para o Festival Nacional de Quadrilhas,
o maior concurso do país, além da possibilidade de participar de outros eventos”, comenta Pedro D’Almeida.
Preparação exige tempo e disposição
Todo bom quadrilheiro vive a tradição de quadrilha quase que em tempo integral. Solange de Sousa é uma daquelas que passa o ano focada no período junino. Ela está à frente da Quadrilha Junina Nova Geração, do bairro Lourival Parente, em Teresina, que iniciou os preparativos para o 10° Festival Estadual de Quadrilhas Juninas. Nessa etapa inicial, o grupo vem estudando o tema, ensaiando os primeiros passos e pensando nos figurinos.
– Na verdade a gente só teve um mês de férias. Nós começamos a nos organizar desde outubro. Nossa preparação é de um ano para o outro. Às vezes já temos a coreografia ou já temos o tema e ai gente começa a estudar de um ano para o outro. Depois disso começam os ensaios – detalhe Solange sobre o processo de preparação
Durante essa etapa de preparação, os grupos procuram apresentar a tradição das quadrilhas às novas gerações, para que se mantenha viva a empolgação com esse tipo de dança. A ideia é organizar uma quadrilha de uma nova forma, para atrair todos os públicos, sem perder a essência.
– As quadrilhas hoje tentam trazer a nova geração. A gente sente hoje que faltam as bases, não tem mais como antigamente, que na época dos nossos pais, todos brincavam São João nas escolas. Por isso, hoje a gente vai nas escolas, apresenta projeto, convida os alunos. Queremos renovar o sentido do São João – diz Anderson Tito, das Quadrilha Estrela Matutina, do bairro Pedra Mole.
Tanta entrega e dedicação de todos os envolvidos na quadrilha, para Ramon Patrese, da Quadrilha Luar do São João, do bairro Mocambinho, vem do amor a essa tradição.
– A gente que é quadrilheiro faz por amor. Amor a essa cultura que não pertence somente ao jovem, mas pertence também ao adulto, a criança, ao idoso. Todas essas pessoas se sentem bem ao dançar. A gente já sofre com alguns problemas do Nordeste então esse período é onde a gente festeja. Vê o público admirar e se emocionar isso não tem preço – comenta.
Matéria em parceria com O Dia