Na estrada desde 1971, o Ballet Stagium é a mais longeva companhia de dança em atuação do país e é sinônimo de pesquisa fundamentada aliada a qualidade artística. Em “Figuras e Vozes”, obra de 2015, o Ballet Stagium propõe uma nova perspectiva do olhar, com o intuito de recriar valores e rever o nosso universo simbólico. Durante a primeira grande guerra, o Dadaísmo surge com a clara intenção de destruir todos os sistemas e códigos estabelecidos no mundo. Como ideologia, o Dadaísmo agregava forte conteúdo anárquico opondo-se a qualquer tipo de equilíbrio e racionalidade.
Em “Figuras e Vozes”, o aleatório e o acaso brotam como contraponto ao mundo institucionalizado e movido pela rapidez das informações, colocando em questão a finalidade das nossas ações. Cássia Navas Doutora em Dança e Semiótica, pela PUC/SP, escreveu: “Gidali e Otero, mais uma vez cá estão não somente como criadores de arte. Apresentam-se como intelectuais deste país, pensadores que colocam suas ideias em cena, a serviço dos valores fundamentais de uma cultura e, portanto, à serviço da vida”.
Para Décio Otero, idealizador da companhia, “o fato de criar uma companhia independente em 1971 foi um ato de heroísmo no Brasil. Hoje, nesse trabalho, tratando da filosofia do Dadaísmo, nos transportamos para início do grupo, quando do nada criamos uma companhia atuante, consistente e referencial. E assim continuamos, mais de quarenta anos depois, transformando o nada em algo que sempre acaba nos surpreendendo”.
Márika Gidali, também fundadora do Stagium, complementa: “É divertido ter liberdade total de criação e ao mesmo tempo nos darmos o direito de brincar com esta utopia. O respaldo veio, logicamente, da bagagem consistente desses anos todos, que foi um aprendizado diário”. Sobre a persistência da companhia em estrear trabalhos e continuar na estrada, o diretor conclui que o romantismo talvez seja o motivo de estarem lutando sempre: “Desde o nosso encontro em 1971, sempre fomos românticos em todos os sentidos, acreditamos que a nossa opção de vida atua de alguma forma na sociedade que estamos inseridos, daí a nossa resistência”.
Ficha técnica:
Direção: Marika Gidali e Décio Otero
Ideia e coreografia: Décio Otero
Direção teatral: Marika Gidali
Roteiro musical: Décio Otero
Bailarinos: Ádria Sobral, Gustavo Lopes John Santos, Eugenio Gidali,
Marcos Palmeira, Luiza Vilaça, Fabio Villardi, Pedro Vinicius Bueno, Nathália
Cristina, Eduarda Julio, Tatyane Tieri, Leila Barros, Nayara Rodrigues, Pablo Neves e Jonathan Santos.
Músicas:Rene Aubry, Meredith Monk, Marlui Miranda, Tetê Spindola, Yann
Tiersen, Wim Mertens, Arthur Honegger, Hugo Ball e Germaine Albert-Birot
Desenho de luz: Edgard Duprat
Edição trilha sonora: Aharon Gidali e Décio Otero
Direção de arte e figurino: Marcio Tadeu
Assistência de figurinos: Sebastiana Maria dos Santos
Grafitearte: Augusto (Ueny)
Produção: Marika Gidali
Grupo de pesquisa: Marika Gidali, Décio Otero, Ademar Dornelles, Marcos
Veniciu, Fabio Villardi
Poemas: “Karawane” de Hugo Ball; e “A Batalha” de Ludwig Kassar
Voz: Marcio Tadeu
Fotógrafo: Arnaldo J.G. Torres
Professores: Décio Otero, Yoko Okada
Secretários: Jose Luis Santos Oliveira
Produção Brasília: Fernando Toledo / Bravo! Produções.
Serviço:
Espetáculo: “Figuras e Vozes”, da Companhia Ballet Stagium.
Local: CAIXA Cultural Brasília, Teatro da CAIXA.
Endereço: SBS Quadra 4 Lotes 3/4 – Edifício anexo à Matriz da Caixa.
Temporada: de 28 a 30 de junho e 1º de julho de 2018.
Dias e horários: de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 20,00 e 10,00 (meia entrada para estudantes, professores, maiores de 60 anos, funcionários e clientes CAIXA e doadores de agasalhos).
Bilheteria: de terça a sexta e domingo, das 13h às 21h, e sábado, das 9h às 21h.
A venda de ingressos começa no dia 23 de junho, sábado, somente na bilheteria do Teatro.
Telefone: 3206-6456.
Duração: 60 minutos.
Capacidade: 406 lugares (8 para cadeirantes).
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos