O Projeto “Violão nas Escolas”, que atende centenas de alunos com aulas gratuitas, é um dos projetos que se destaca na capital piauiense por possibilitar a iniciação de músicos. Com o poder de transformação proporcionado pelo esporte, arte e cultura nas comunidades, o ócio é transformado em criatividade que vem à tona em acordes e movimentos.
Mantido pela Fundação Monsenhor Chaves, o projeto tem a missão de contribuir para a formação cultural de cidadãos através do estudo da música e do violão, oferecendo aulas gratuitamente com instrutores capacitados. Hoje, o projeto atende cerca de 400 alunos da rede municipal e centros culturais como o Palácio da Música, Teatro do Boi e João Paulo II. Em pleno funcionamento desde 2007, estima-se que 5 mil estudantes já foram beneficiados.
O projeto é coordenado por Ravi Annael e conta com o reforço de 10 professores. As aulas são ministradas de forma coletiva, possibilitando a formação de turmas e atendendo o maior número possível de alunos com o ensino da prática do violão e teoria musical, fazendo com que tenha aprendizado de noções do estudo do violão clássico e também popular. Além disso, poderá contribuir para despertar o interesse em uma possível profissionalização futura do aluno, estimulando-o, caso tenha interesse, ao estudo profissional do instrumento, seja como professor ou instrumentista.
O alunos podem ganhar espaços na Orquestra de Violões de Teresina, que é formada por alunos que se destacam. O grupo é um das mais importantes da cidade de Teresina, com apresentações em grandes eventos da programação oficial, levando ao público composições eruditas e populares de vários períodos e estilos: de Stravinsky a Baden Powell, de Bach a Tom Jobim.
O “Violão nas Escolas” atende crianças e jovens de todas as idades em escolas de todas as regiões da cidade. E por conta disso, além de ser a iniciação de muitos profissionais que hoje possuem formação acadêmica, ainda é uma vitrine para novos artistas, como explica o maestro Luciano Santos.
– Estamos construindo uma ferramenta poderosa na musicalização infantil em vários níveis e em várias idades. É um projeto vitorioso que, apesar de não ter a intensão de formar artistas, mesmo assim se torna um verdadeiro garimpo em que a gente descobre ótimos talentos, grades promessas no instrumento. Então, se ele consegue os dois polos, tanto musicalizar alguém como despertar em alguém o talento, atingiu 100 por cento do seu objetivo. É um projeto que dá muita satisfação em fazer parte, de dever cumprido em ajudar esses jovens que vem pra cá para ter essas aulas. Para mim é um projeto vitorioso sobre todos os aspectos – completa o professor.
E muito mais do que possibilitar a vivência com o instrumento, o projeto ensina harmonia, além da técnica musical e permite ainda um novo caminho para os jovens, principalmente na periferia, onde eles passam a mudar as perspectivas harmonizando no contexto social.
E uma das formas de incentivo aos professores em acreditar na formação musical vem exatamente de dentro da sala de aula, com o esforço dos jovens nos primeiros acordes, como a pequena e extrovertida Maria Clarice, que mesmo com a pouca idade já é imersa na cultura com aulas de balé e agora de violão.
– Eu sempre via vários artistas na TV tocando violão e comecei a me interessar. Por isso pedi pra minha mãe pra poder fazer aula de violão. E o que mais gosto é a parte de tocar – finaliza a pequena bailarina.
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