100% PIAUÍ

Cronicando O Piauí: Algumas mudanças

Estou repaginando meu quintal. A goiabeira e a ateira, doei-as ao meu genro. Já não tenho espaço físico para colocar tantas árvores. O coração tem sempre um lugarzinho para mais uma, mas… Não tenho terra que der para se cultivar um pomar. Todos os dias os morcegos e os bem-te-vis trazem meio-mundo de sementes. E elas prosperam com a maior facilidade. Estou com um pé de melancia que se espalhou pelo quintal. Já não sei aonde ele vai distribuir tantos tentáculos.

O limoeiro fica no jardim e distribui suas galhas por sobre o muro. Está dando uma carga, que chega está penso. Às vezes, deitado em minha “baladeira”, esticada na sala, ouço vozes, suspiros e sinto o espanto, que vêm da alma: “Eita, olha o tanto de limão!” Fico quieta para não espantar e nem intimidar os “clientes”. Isso acontece durante o dia todo e todos os dias. Fico satisfeito! Se eu pudesse, viveria de plantar e de regar, para alimentar o próximo. A mangueira, agora, está hibernando. Só vai pari, agora, em setembro. Quando ela entra em ebulição, as mulheres começam a engravidar e “engravidar” na região. Pois toda hora chega um pedindo manga de vez, porque sua esposa está gravida e salivando de desejo.

Abro o portão, mando entrar, e servirem-se à vontade. Quando não são os vizinhos e os transeuntes, são as jandaias, que chegam em bando e alvoroço, ou os rescongos, que chegam em par e grasnando. Vou lavando as louças e eles num banquete de farta iguaria. Agora, estou escrevendo estás cenas e descrevendo estas paisagens, enquanto a Tangerina, uma cadela da raça dálmata, que está no cio, por isso está no ostracismo, aqui em casa, da minha Ananda, está deitada sob a mesa, e, de vez em quanto, ressona e permuta de posição.

Passa o tempo todo acompanhando os meus passos. Se vou tomar café, lá está ela, debaixo da mesa. Se vou pro quarto, lá está ela, debaixo da rede. Se deito no sofá, lá está ela, deitada ao lado. Companheira de fé.

Sair da versão mobile