Quais palavras poderiam definir Luzia Amélia Marques? Bailarina, coreógrafa, educadora, mulher, negra, pesquisadora. A história desta mulher e sua contribuição para a dança já é conhecida, e, como uma mulher em constante movimento que é, Luzia dá mais um passo em sua trajetória, com o lançamento do livro de sua autoria “Grafias na pedra – Índices evolutivos da dança”. A obra, uma adaptação de sua dissertação de mestrado em Dança, vai ser lançada no dia 13 de setembro na Livraria Anchieta, zona leste de Teresina.
A pesquisa de Luzia Amélia para o Mestrado em Dança da Universidade Federal da Bahia foi realizada sob orientação da professora Adriana Bittencourt, e trata sobre pinturas rupestres da Serra da Capivara que retratam movimentos de dança.
Luzia conta de onde surgiu a ideia de trabalhar o referido tema. “Assistia a uma entrevista da Niède Guidon quando ela disse algo que me inspirou, eu me lembro bem, ela dizendo que o patrimônio cultural da Serra da Capivara iria morrer se não houvesse pesquisadores para estudar sobre suas áreas ali. E ela disse que lá havia imagens de pessoas em círculo, dando as mãos. Daí eu disse: vou encarar isso, e cheguei na Bahia com essa vontade”.
A bailarina também relata que muitas pessoas questionaram sua pesquisa, colocando que ela não poderia afirmar que as imagens rupestres seriam registros de dança. “Estudei sobre comportamento, e se formos estudar o comportamento da nossa espécie, é possível que eles tenham dançado, me agarrando à essas teorias venho afirmar que aquelas imagens são de dança. Eu converso com alguns arqueólogos que dizem que eu não posso garantir que é dança, mas eu, que sou da dança, garanto, eu lancei meu olhar sobre isso. Fiquei muito pirada com essas imagens, a primeira vez que olhei uma delas eu me encontrei, para mim, a imagem mais linda é a que eles estão com os braços erguidos. Se não era dança, quem estava olhando, viu dança”, argumenta.
Como sua dissertação foi aprovada com êxito, tendo sido indicada para publicação, Luzia Amélia decidiu transformar a pesquisa em livro, cuja identidade visual é assinada pelo artista plástico Tupy. “Esta é uma obra simples, porque eu queria que fosse acessível para todo mundo, inclusive quem não é da dança, ler”, finaliza.
O lançamento está marcado para as 18h. A Livraria Anchieta está localizada na Avenida Nossa Senhora de Fátima.
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