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Abuso de autoridade passou no Senado!

O placar da votação foi: 54 votos favoráveis x 19 contrários. Assim os senadores aprovaram, o texto-base do substitutivo do senador Roberto Requião ao Projeto de Lei 85/2017, que define os crimes de abuso de autoridade. Com o resultado, o projeto segue agora para análise pela Câmara dos Deputados. O texto foi aprovado por unanimidade pela manhã na Comissão de Constituição e Justiça e seguiu para o plenário nesta tarde.

Muitas discussões aconteceram no plenário, vários senadores questionam trechos do projeto e se posicionam contra a matéria.

“Enfaticamente, disse o Senador Cristovam Buarque (PPS-Df): Sou contrário a esse projeto, sobretudo neste momento da história do Brasil. Cercear o trabalho de juízes, do Ministério Público, da polícia, o que tudo indica que é a finalidade neste momento, é um equívoco, declarou o senador.

O substitutivo de Requião só conseguiu consenso depois que senadores de vários partidos condicionaram o apoio ao texto à aprovação de uma emenda do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que alterou a redação do Artigo 1º do texto, que trata do chamado crime de hermenêutica, que significa punir o agente por divergência na interpretação da lei. Para parte dos senadores, a redação anterior do projeto abria brecha para enquadrar juízes e promotores, por exemplo, no crime de hermenêutica. O tema também foi alvo de críticas de procuradores integrantes da Operação Lava-Jato.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), as alterações acatadas por Requião na CCJ mais cedo representaram avanços importantes no projeto. Entretanto, na opinião dele, “o projeto ainda traz alguns dispositivos que trazem comprometimento à atuação, em especial, da magistratura”.

“Embora tenha melhorado, e muito, eu ainda considero que traz algumas distorções centrais. E eu lembro que estamos votando o substitutivo do senador Requião. É melhor que o primeiro texto? É, mas ainda traz graves ameaças ao funcionamento da magistratura e do Ministério Público. E o que eu considero mais grave: ele é inoportuno, porque o momento histórico que nós vivemos não impõe a necessidade desse debate neste instante”, afirmou Randolfe.

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