Passamos no bar do Carlos, que fica ao lado do sítio do Carlim, no povoado Coroatá, na PI 113(Teresina – José de Freitas) tomamos umas duas ou três cervejas ao pé do balcão, compramos uma caixa e vamos para o sítio.
O Carlim já vem trazendo os temperos para triturar no liquidificador, a picanha já ao ponto e os peixes tambaqui e tilápia tratados. Tomamos, primeiramente, um banho de ducha a céu aberto, numa água gelada que vem do fundo da terra. Enquanto ele vai com o Maurício, pedreiro, dá uma olhada na obra, ficamos preparando o fogo e degustando uma gelada.
O vento desce do alto da serra e vai peneirando as palhas da palmeira e saí inflamado um espírito infantil em cada um de nós.
O rádio do Zezim está intermitente, incansável ligado nas notícias. A trazer lembranças de sua namorada e saudades de sua terra. Gargalhadas não nos faltam. Diante da alegria, uns falam por cima dos outros. Ninguém se entende.
O Carlim chega e começa preparar os temperos. O fogo já está rolando… Uns sentados pelo chão encostados na parede, outros em tamboretes, outros em troncos de mangueira, outros no tucum…
O Maurício e o Naldo não vivem sem um belo pau-ronca de fumo Sacy. A panela vai ao fogo e a cerveja não faz falta à mesa.
Gosto de ouvir as mentiras. Abrem-me o riso. Aproveito e minto também. A algazarra está por cima. Como é bom viver!
Ducha, céu de brigadeiro, cachaça, gargalhada, picanha, deboche, peixe…
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