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Cronicando o Piauí com Antônio Neto Sampaio – Minha mãe-avó aos 83 anos

Minha mãe-avó. Ela estava aos 83 anos. Em 2015 ela teve um AVC e aí começa uma via-sacra nos hospitais e nas clínicas da cidade.

Imagem da Internet

O médico da família é o Dr. Benício Sampaio, que por sinal, é nosso parente. Ela tinha seguro saúde do IAPEP pois meu pai-avô foi delegado por 40 anos e seis meses.

Ainda assim, tínhamos uma poupança robusta, uma irmão que reside em Brasília que sempre dizia:”Não deixe faltar nada pra ela! Qualquer coisa vc me liga que eu deposito!”, uma neta que é casada com uma pessoa que é dono de uma das maiores clínicas de Teresina, que dizia: “Qualquer exame que a vovó precisar, vc fala com T. que ela está autorizada a te atender!”

A mamãe já havia feito os seus pedidos do que queria e do que não queria, se ficasse impossibilitada de decidir. Dentre os pedidos estavam esses três: Não queria ir pra UTI, não queria sair da casa dela e o vestido com o qual queria ser enterrada.

Ainda tem um bisneto que é médico e a tia dele por parte de pai é uma das sócias do HUT.

Além da enfermeira que cuidava dela havia duas pessoas para cuidar também.

Mesmo com todo aparato humano e institucional não é fácil. Eu que cuidava e dava todo carinho mundo pra ela também fui adoecendo. Chega um momento que os medicamentos não fazem mais efeito pois o organismo já não os absorve.

Por insistência de uma irmão e de umas netas ela ainda foi para UTI. Aí sim, foi sofrimento. Um dia eu e o meu irmão Chicão fomos visitá-lá e ao chegarmos lá ela estava amarrada. Ele soltou e disse à medica: “Você tem mãe!? Pois amarre a sua, a minha não!”

Ele voltou arrasado e disse-me: “Vamos tirar a mamãe de lá e trazê-la para casa!”

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