Alfredo acorda às cinco da manhã, liga a televisão da cozinha, prepara o café, bota comida para o Hulk – seu cachorro de estimação. Às seis e meia, acorda a Ísis para se arrumar, tomar café e levá-la ao colégio. De lá, já sai para vender o “ouro-branco”. Segundo o mesmo, alcunha dada ao ovo de galinha.
Começa fazendo a praça e os povoados de Barro Duro (Goiabeira, Cabeça-d’água, Buriti…). Terminando, parte para o distrito de Passagem Franca, findando a venda na praça por volta das onze e meia. Volta à Barro Duro, que dista em 10Km, passa no Colégio Coração de Jesus, pega sua filha e vão para casa terminar de preparar o almoço e esperar a esposa que chega dos Correios e Telégrafos por volta do meio-dia.
Terminada a ceia: quarto, ar-condicionado e um cochilo… Às quatorze, ela volta à labuta na empresa das missivas, ele leva a Ísis à aula de reforço e vai fazer a praça da cidade de Olho d’Água e o povoado Santa Rosa. Quando a venda está fraca, ele gasta o tempo na “budega do Louro”. Fuma um cigarro, tomar um rabo-de-galo, joga conversa fora, outro cigarro, conversa fora, outro rabo-de-galo. Aí, começa o escambo: troca ovo por feijão verde, milho, abóbora, macaxeira, arroz, quiabo e etc.
Às dezessete e trinta, passa no reforço para pegar a Ísis, passa na padaria para comprar leite e pão, passa no posto para reabastecer sua velha companheira de estrada, uma Kombi/97, e seguem juntos os três – ele, a Ísis e a Kombi, para esperar a tarde cair e dormir para recomeçar tudo novamente no amanhã. E assim seguir a sua saga telúrica.
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