Com mais de 60 anos de carreira musical, faleceu nessa segunda-feira (26) de fevereiro, o grande guitarrista Colombo. Seu nome todo era Francisco Diogo da Silva, mas passou a ser chamado de Colombo por conta de sua identificação com os músicos de Colombo, região metropolitana de Curitiba, no Paraná, que é conhecida por reunir grandes guitarristas, que chegam a fabricar guitarras a partir de caixas de charuto!
O escritor Cinéas Santos conhece outra versão para o nome de Colombo, que me parece mais verdadeira. Diz Cinéas num artigo que escreveu há tempos:
“Aos 12 anos de idade, na cidade de Sobral (CE), o garoto Francisco Diogo da Silva, por influência da mãe, decidiu tornar-se músico. O único instrumento disponível na casa era um banjo. Sem outra opção, fez-se banjoísta. Aos 14, trocou o banjo pela manola, uma espécie de cavaquinho italiano. Em curto espaço de tempo, passou a acompanhar os sanfoneiros de sua terra pelos sertões do Ceará. ‘Por medo de ser convocado para a guerra, casei-me aos 16 anos; aos 17, já era pai. Aí, tive de largar os estudos e cair na noite para sustentar a família’, afirma sorrindo o mestre Colombo… ‘Quando fui servir o exército, eu já era guitarrista e usava uma cabeleira de roqueiro. Foi aí que o sargento me viu e gritou: Tu aí, com cara de Cristóvão Colombo, como é o teu nome? A partir daquele momento, passei a me chamar Colombo. Hoje, já nem me lembro se um dia fui Francisco.’ ”
Natural de Sobral-Ce, Colombo veio morar em Teresina ainda pequeno e se considerava filho da cidade. “Sou casado no padre e no civil com Teresina”, disse certa vez. Na sua história musical na cidade, Colombo tocou no Barbosa Show Bossa, grupo do grande baterista cearense Barbosa, que pontificava no conjunto do saxofonista Ivanildo, em Fortaleza, e que morou por quase uma década em Teresina, onde montou a banda com o seu nome. Depois Colombo integrou o grande conjunto musical dos anos 60 e 70 – o Sambrasa, que contava ainda com Linhares no sax (depois substituído por Orion); Bossa no trompete; Zezinho Ferreira na sanfona, depois órgão e depois no baixo; e Edmilson na bateria, dentre outros.
Colombo era um exímio violonista e foi professor de muita gente em Teresina, citando apenas o grande Geraldo Brito como um de seus alunos. Graças a Deus, nos deixou um Cd maravilhoso, “Colombo e Sua Música”, que guardo com carinho e ouço sempre. Era um craque também no bandolim e cavaquinho.
No amor, não deixava por menos. Em três casamentos, teve 11 filhos!
Colombo era a simpatia em pessoa, sempre espirituoso, carinhoso e de sorriso largo. Deixa saudades e grandes lembranças.
Descanse em paz, grande Colombo!
Autor: Durvalino Couto, Publicitário.
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