O papai e o Quincas Bastos, além de amigos do peito, eram compadres. Este era inimigo ferrenho do Zuca Lopes. Um dia o finado Quincas vai saindo de casa para trabalhar nos Correios e Telégrafos, quando vem passando um dos ônibus da Empresa Zuca Lopes (Teresina – União/União – Teresina), e dar um banho de lama no mesmo. Ele só usava cambraia de linho, passado à goma para fixar o vínculo.
Imediatamente, retornou, entrou em casa e mandou chamar o papai: “Compadre Sampaio, aquele cachorro mandou o motorista dele passar bem na hora que eu ia saindo para trabalhar, e me deu um banho de lama”.
O papai tentando amenizar a questão disse: “Compadre, ele não iria fazer isso”. Mas não houve acordo.
De nada adiantou a argumentação: “Compadre, aquilo não presta!
Já mandei o ‘Boião’ (agregado dele) ir ao povoado Alegria, na olaria (também dele), dizer para trazer os caminhões e os trabalhadores para ficarem esperando o ônibus passar para jogar lama. Já mandei comprar as latas de querosene para cada um ficar com uma lata cheia de lama. Quando o ônibus estiver se aproximando jogar”. E assim foi feito. Terminaram na delegacia. Como o papai era delegado, fez os dois assinarem um “Termo de Compromisso”.
Quando chegavam os festejos de São Raimundo Nonato, na Piçarra, ficavam os dois disputando as joias do leilão. O papai orientava ao leiloeiro a atiçá-los. Ficava o Quincas Bastos de um lado e o Zuca Lopes do outro. Um bolo que era para sair por R$30,00 reais, saía por R$120,00.
– Este bolo de milho quem vai comer é a D. Maria Bastos!!! – leiloeiro.
Logo o Zuca Lopes gritava:
– Quem vai comer é minha velha!!!
– É nada, quem vai comer é a Maria!!!
Acabava que era a melhor noite dos festejos. Os dois eram uma comédia.
Autor: Antônio Neto Sampaio