Tenho que dizer: sou do “Piauí”! Sou da “Chapada do Corisco”!
Que Deus permita viver os resto dos meus dias por aqui. Quanto mais calor, mais amor. Quero “voar” como gavião ou como caburé. Quando o rio Poti enche, sobe um cheiro de infância e sai invadindo minhas reminiscências.
Às vezes, pela manhã, saiu de casa à pé e desço rumo ao Centro, Mercado Central, à praça da Bandeira, ao Troca-Troca, ao Shopping da Cidade. Vou ruminando minha cidade para conhecê-la detalhe por detalhe. Palmo a palmo. É, na verdade, uma higiene mental. Sinto-me como se estive viajando por outros submundos. Visito a igreja de São Benedito, a igreja do Amparo, a igreja Matriz na praça Saraiva. Sou Católico Apostólico Romano. Afeito aos templos católicos. Só sigo o rito ortodoxo. Essas missas a lá axé, tô fora.
Essas andanças me levam à minha mocidade. Pois grande parte dela foi perambulando pelo Centro de Teresina. Gosto de sentar nos bancos da praça Rio Branco e observar o cotidiano dos pombos e o movimento dos autômatos. Se tivéssemos plena consciência da nossa finitude, não correríamos tanto. Atrás do que não sabemos e nem porque corremos.
Os velhos de cabeça em algodão, já sabem que o tempo por aqui é efêmero. Por isso caminham a passos lentos e lerdos. Sem pressa. Sossegados.
Geralmente, retorno pela Frei Serafim. Tomo um caldo de cana com um pastel de queijo (eu e minha filha Raíssa somos loucos por queijo). Enquanto isso, observo os transeuntes subindo e descendo do “buzu”. Meu Deus, pra onde vão com tanta pressa!? O mundo está estressado. As pessoas só sabem que têm que ir, mas não sabem onde chegar.
Pago minha conta e desço pelo o hospital São Marcos, saiu na agência do Banco do Brasil e rumo ao Mercado da Piçarra.
Olho pro céu e sinto o quanto sou pequeno.