O governador Wellington Dias (PT), coordenador da temática de vacina no Fórum Nacional de Governadores, diz ser real a possibilidade do Brasil perder o lote da vacina russa Sputnik V, previsto para chegar ainda em abril. O governador citou a burocracia na liberação da licença de importação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como obstáculo para que as doses possam ajudar na imunização no país.

“É real, infelizmente, o Brasil pode perder a oportunidade do recebimento do lote de abril da vacina Sputnik, ou seja, a demora na liberação da licença de importação por parte da Anvisa e a demora por burocracias, por exigências que não estão previstas na lei. A Lei prevê que seja apresentado a certificação por uma agência reguladora, entre as 16 ali citadas. E isso foi feito pelos estados”, destacou.
De acordo com o governador, mesmo com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) novas exigências foram feitas dificultando a importação. Segundo decisão do STF, fica autorizada a importação e distribuição de doses da vacina russa Sputnik V, por estados, caso a Anvisa não oficialize uma resposta à solicitação do estado até o dia 29 de abril.
“E, agora, mesmo com a decisão do Supremo, ainda, temos uma exigência de uma série de outros documentos. Por exemplo: a comprovação da segurança que já está ali na autorização das outras agências reguladoras, apresentamos um estudo da Argentina, também a liberação de uma nota técnica que nem precisaria, mas apresentamos um relatório técnico por parte da Gamaleya que é um dos maiores centros de pesquisa biológica do planeta. E o que estamos fazendo? Indo além daquilo que está na lei para ver se tem autorização. Mas ela poderá sair, e sair já tarde demais para a liberação do lote vindo da Rússia com vacinas Sputnik para o Brasil. O que o Brasil mais precisa? de vacinas. Infelizmente, a gente foi atrás, encontrou vacina, estamos com essa dificuldade para fazer a vacina chegar e ser usada no Brasil”, declarou.
O secretário executivo do Consorcio Nordeste, Carlos Gabas, afirma que uma equipe do consórcio esteve na Rússia para buscar resolver a questão burocrática que impede a liberação da importação.
“Nessa última semana, a nossa equipe do Consórcio Nordeste esteve em Moscou a convite do Fundo Soberano Russo. O objetivo da missão foi de finalizar os 17 contratos dos estados do Nordeste e da Amazônia legal, que vêm negociando a compra da vacina Sputnik V desde o ano passado. Nós cumprimos essa tarefa, tivemos várias reuniões com a direção do fundo soberano russo. Nós também resolvemos toda a questão de logística de transporte, de entrega e distribuição da vacina com segurança a todos os estados aqui no Brasil que compraram a vacina”, afirma.